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Leis de UX: Os Princípios Básicos de UX Design
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Leis de UX: Os Princípios Básicos de UX Design

Leis de UX: Os Princípios Básicos de UX Design

Você criou a interface mais inovadora de todos os tempos. Deixando pra trás conceitos antigos e quebrando diversas barreiras. Mas ao efetuar os testes dessa sua nova interface com os usuários, eles se sentiram perdidos. Ficaram confusos e acabaram não tendo uma boa experiência com a interação.

Ora, se a sua interface era a mais inovadora, por que não foi bem aceita?

Acontece que existem alguns limites que devem ser respeitados. As pessoas possuem alguns comportamentos padrões e ir contra eles pode afetar a sua experiência com a interface do produto.

Esses comportamentos são base para as Leis de UX.

Vamos abordar algumas delas nesse artigo, portanto, continue a leitura!

Este texto foi baseado no site lawsofux.com, onde podem ser encontradas mais informações sobre o tema.

O que são as Leis de UX?

O desenvolvimento de uma interface requer alguns passos importantes. Dentre eles, conhecer o seu usuário e efetuar pesquisas com ele é fundamental.

Contudo, apesar de cada persona ser única, e cada empresa possuir objetivos distintos das outras, existem certos comportamentos comuns a todos os usuários.

E são esses comportamentos básicos que suportam as Leis de UX.

Nesse sentido, as Leis de UX são princípios básicos que devem ser considerados em qualquer desenvolvimento de interface. Tais leis possuem como base estudos e argumentos no âmbito da psicologia.

Portanto, é importante considerá-las durante o desenvolvimento de seus projetos de UX Design. A falta de algumas dessas leis pode prejudicar a sua interface e a experiência do usuário.

Dica de Leitura: A Importância da Psicologia em UX Design

1) Efeito da usabilidade estética

O Efeito da Usabilidade Estética é a lei de UX que descreve que o usuário tende a correlacionar usabilidade com a estética da interface. Ou seja, se a estética é agradável, o usuário percebe a interface como melhor, mais fácil de utilizar, etc. Já o contrário também é verdadeiro, a estética sendo desagradável a percepção do usuário quanto a interface é negativa.

Nesse sentido, o usuário se torna mais tolerante a pequenos erros de usabilidade e interface, desde que a estética do produto seja agradável.

Um belo exemplo são os produtos da Apple, que possuem uma estética agradável e moderna, e dessa forma, em termos de usabilidade, podem possuir algumas falhas, mas seus usuário acabam nem percebendo ou se percebem não veem isso como algo negativo.

Leis de UX 1) Efeito da usabilidade estética

No entanto, o Designer não pode se deixar enganar por essa lei. Apesar da estética do produto influenciar o usuário, ela não consegue mascarar grandes erros de usabilidade.

Por exemplo, em um e-commerce, se o usuário está com dificuldades de encontrar o produto ou finalizar a compra, nenhum elemento visual irá perdoar este erro.

Portanto, a usabilidade e a estética são complementares e devem andar juntas no desenvolvimento de uma interface. Por um lado, o investimento em Visual Design vale a pena e fará com que a interface pareça em ordem, bem feita e profissional. Por outro lado, a estética não mascara erros grosseiros de usabilidade.

Dica de Leitura: Halo Effect – O Que É e Como Impacta o UX/UI Design

2) Limiar de Doherty

O limiar de Doherty é uma das Leis de UX e diz respeito à velocidade de resposta da interface.

Nos anos 70, o gerente da IBM Walter Doherty percebeu que a produtividade dos usuários aumentava ou diminuía conforme a velocidade da resposta dos computadores.

Parando para analisar a conclusão dessa observação, percebemos o quanto isso faz sentido. Quanto mais rápido a reposta dos nossos computadores, mais rápido tomamos a próxima ação.

Leis de UX 2) Limiar de Doherty
Fonte: Michael Gugel

Nesse sentido, aplicando essa lei, temos que uma interface não pode ser lenta, porque afeta a usabilidade do usuário.

Um aplicativo lento ou um site que não carrega rapidamente fará com que o usuário tenha uma percepção ruim da sua interface e fará com que ele abandone sua página. Segundo pesquisa do Google, a probabilidade dos usuários deixar uma página aumenta 32% conforme o tempo de carregamento passa de 1 segundo a 3 segundos. Portanto, é recomendável que a resposta da sua interface não leve mais do que 0,4 segundos.

Para tanto, otimize seu site ou aplicativo para que ele não fique pesado e demore para responder às interações do usuário.

3) Lei de Fitt

A lei de Fitt é a lei de UX que diz respeito ao tempo de ação do usuário em relação a uma interface.

Ao contrário da Limiar de Doherty, a qual está relacionada à resposta da interface, a Lei de Fitt está relacionada ao tempo que o usuário leva para entender a interface e agir.

Dessa forma, em um site mal desenvolvido, o tempo de resposta do usuário fica comprometido porque:

  1. Os botões, ou elementos clicáveis, são pequenos;
  2. Estes mesmos elementos estão muito distantes uns dos outros;
  3. De alguma outra forma, o usuário perde tempo procurando cada um dos elementos que deve interagir.

Ou ainda por diversos outros motivos que fazem o usuários ter que pensar demais antes de agir na interface.

Leis de UX 3) Lei de Fitt

Portanto, para melhor utilizar o conceito dessa Lei de UX, leve em consideração:

  • Os elementos de interação devem estar visíveis, distintos e com tamanho bom para a interação do usuário;
  • Entenda os limites físicos da tela da sua interface. Toda a interação deve acontecer ali;
  • A distância entre a tarefa / área de atenção de um usuário e o botão relacionado à tarefa deve ser mantida o mais curta possível;
  • Pop-up Menus tendem a ser melhores escolhas do que Dropdown Menus.

Adequar a sua interface à Lei de Fitt é importante para não deixar o usuário com a impressão de que o seu produto é complicado de utilizar.

Dica de Leitura: Os 7 Princípios de Gestalt e Como Utilizá-los em Projetos de UI Design

4) Lei de Hick-Hyman

Um dos princípios do Design Centrado no Usuário é a premissa de que a interface deve atender as necessidades do usuário e tornar sua vida mais fácil.

Nesse sentido, a interface do seu produto deve ser de fácil usabilidade para que o usuário não desista de usá-la ou que ache complexa demais para interagir.

Para tanto, a Lei de Hick-Hyman — uma das Leis do UX — descreve que quanto mais escolhas e opções à disposição do usuário, mais ele demorará a tomar alguma decisão.

Portanto, tome cuidado para que a sua interface não tenha momentos de interação complexos demais ou com muitas opções para o usuário. Caso precise, quebre o processo em diversas outras partes menores e menos complexas.

Um bom exemplo são os sites de compras. Para finalizar o pedido, geralmente, são necessárias diversas informações como endereço, forma de pagamento, cadastro, etc.

Leis de UX 4) Lei de Hick-Hyman
Em um site de compras as etapas são quebradas em uma tela por vez
4) Lei de Hick-Hyman
Após escolher o tipo de frete, a próxima tela diz respeito à forma de pagamento

Se essas informações forem solicitadas todas de uma vez, o usuário poderá se sentir confuso e sobrecarregado e acabará desistindo da compra. Por outro lado, é comum que essa etapa seja quebrada em diversas partes, uma em cada página, para simplificar a interação do usuário.

Dessa forma, é importante analisar todas as interações que o seu usuário possui com a interface. Entenda se há momentos em que ele gaste muito tempo e tente quebrar esse processo em etapas menores para melhorar sua experiência com a interface.

5) Lei de Jakob

A Lei de Jakob é uma das Leis de UX e leva o nome de um dos pais da usabilidade: Jakob Nielsen.

Segundo sua lei, Nielsen declara que:

o usuário passa mais tempo em outros websites do que no seu.

Nesse sentido, Nielsen diz que o usuário possui uma expectativa e está acostumado a interagir com interfaces semelhantes à sua. Portanto, o seu produto deve atingir essa expectativa, caso contrário o usuário terá uma experiência ruim.

O usuário cria uma expectativa de senso comum que precisa ser atendida. Por exemplo, em um website, é comum o logo da empresa ficar no canto superior esquerdo. Se o seu site tiver o logo no canto inferior direito da página, a expectativa de senso comum do usuário não será atendida. E, dessa forma, ele se sentirá confuso com a sua interface.

Um bom exemplo é a convenção das cores vermelho, amarelo e verde, usadas em semáforos. Temos em nossas cabeças que o vermelho é pare ou algo negativo. E verde é siga ou algo positivo. Se você trocar esses significados pode acabar criando um acidente.

Leis de UX 5) Lei de Jakob

Muitas vezes caímos na tendência de querer fazer algo diferente e inovador para nos diferenciarmos dos nossos concorrentes. Apesar de ser interessante se diferenciar, é importante não ser muito disruptivo a ponto de causar confusão para o usuário.

Portanto, ao desenvolver uma interface, leve em consideração que o seu usuário está acostumado a interagir com diversas interfaces semelhantes. Dessa forma, é importante manter certas interações para não quebrar as expectativas do seu usuário.

Além disso, é possível inovar e criar melhores experiências alavancando os modelos mentais existentes, nas quais o usuário pode se concentrar em sua tarefa, em vez de aprender novos modelos.

Dica de Leitura: Animação em UI Design- Como Criar Movimento na Interface?

6) Lei de Prägnanz

O nossos olhos tendem a interpretar formas complexas da maneira mais simples possível, evitando grandes esforços cognitivos.

Ou seja, quando nos deparamos com uma forma que não conseguimos identificar, temos a predisposição de quebrar essa imagem em formas mais simples.

Leis de UX 6) Lei de Prägnanz
Nossos olhos convertem formas complexas (esquerda) em formas mais simples e conhecidas (direita)

A Lei de Prägnanz afirma exatamente isso. Nossos olhos preferem encontrar a simplicidade porque nos previnem de uma sobrecarga de informações.

Nesse sentido, é importante utilizar a Lei de UX no momento de diagramar a sua interface.