Entrevistas Entrevistas
Como Mudei da Biologia Para UX Design — Entrevista com Lívia Assunção
Lista de conteúdos
Entrevistas Entrevistas

Como Mudei da Biologia Para UX Design — Entrevista com Lívia Assunção

Nesta entrevista, vamos conhecer a história de Lívia Assunção, aluna do MID e que decidiu transitar completamente de carreira, mudando da biologia para UX Design.

Lívia nos conta como foi difícil tomar essa decisão, mas como sua curiosidade e vontade de aprender a levaram a explorar essa nova área e buscar novos conhecimentos e oportunidades.

Ela também fala sobre sua experiência de estudo no Master Interface Design (MID) e com a comunidade da Aela, e como ela conseguiu se organizar para estudar da melhor forma possível.

Se você também tem curiosidade em saber mais sobre mudar para UX Design, vindo de qualquer background, continue lendo e descubra essa história inspiradora.

Também tem interesse em mudar para UX e Product Design? Faça a sua aplicação para uma vaga no MID: Master Interface Design

Lívia, para começar, fala um pouco sobre você

Felipe, eu agradeço o convite para compartilhar a minha história aqui com outras pessoas.

Meu nome é Lívia e eu moro há 5 anos no Canadá. Antes de vir, me formei em biologia e, na sequência, fiz um mestrado em história e filosofia da biologia. É bem randômico, mas existem pessoas interessadas nesse assunto, e eu era uma delas!

Na mesma semana que defendi minha tese de mestrado, eu me mudei para o Canadá e, aqui, abri meu leque para novas oportunidades.

No meio dessa loucura, encontrei o UX Design e hoje eu trabalho como UX Researcher num banco aqui no Canadá.

Portfólio Lívia Assunção

Por que você decidiu mudar de carreira completamente? Acredito que não tenha sido uma decisão fácil

Não foi nada fácil.

Um pouco antes de terminar o mestrado, eu já tinha entendido que a área acadêmica não era para mim. Eu não me encontrei nesse área e tinha a vontade de ver mais sobre pesquisa aplicada.

Assim que terminei o mestrado, me mudei para o Canadá. Escolhi Toronto como cidade porque eu tinha planos de fazer o doutorado na Unviersidade de Toronto, num programa de pesquisa muito específico.

Mas no meio do mestrado pro final, eu percebi que aquilo não era pra mim e resolvi encarar o Canadá como uma nova oportunidade.

Aqui, trabalhei com várias coisas, como todo imigrante. Mas depois de dois anos morando no Canadá, só conseguindo trabalhos que pagassem minhas contas e nada mais, parei para pesquisar um pouco e pensar sobre minha carreira.

Dentro dessa minha pesquisa, havia coisas relacionadas com biologia, mas senti que esse não era o caminho. Então, pesquisei sobre profissões que estariam em alta, com grande demanda.

Acabei encontrando materiais sobre tecnologia da informação e engenharia de software, mas essas coisas não tinham muito a ver comigo.

Foi então que eu resolvi fazer um curso sobre análise de dados e gostei bastante, foi bem interessante. Foi nesse curso que conheci pessoas que estudavam UX Design e comecei a ver como essa área é interessante.

Eu me dei conta de que profissionais de UX Design precisavam de duas características principais:

  • ser bem analítico, pensar bastante como resolver problemas;
  • criatividade.

Foi assim que decidi estudar UX Design e comecei a fazer uma longa pesquisa sobre vários cursos. Em Toronto, fora de Toronto e no Brasil.

Desse jeito, acabei descobrindo a Aela e comecei a estudar no MID.

Foi mais ou menos esse o pensamento: “eu preciso trocar de carreira porque não me identifico mais com biologia nem com a pesquisa acadêmica. Para onde posso migrar?”

Minha primeira ideia foi análise de dados, mas então senti uma curiosidade sobre UX Design e percebi que essa área seria interessante para mim.

Dica de Leitura: UX Design: O Que é e Como Atuar na Área?

Como foi sua organização para estudar? Era um mundo completamente novo, como você fez para consumir tudo isso da melhor forma?

Quando eu estava fazendo a pesquisa sobre os cursos de UX Design, entrei em contato com estudantes dos cursos que eu estava interessada em fazer.

Os alunos da Aela me deram feedbacks muito bons e por isso acabei me matriculando no MID.

Mas, além disso, eu troquei bastante ideia com eles sobre os estudos, então eu sabia mais ou menos como era a metodologia e como me organizar.

Mesmo assim, no início foi muito difícil porque era, e ainda é, uma questão de insegurança minha de não ter vindo estritamente de UX ou design. Hoje em dia, eu tenho colegas de trabalho que se formaram em programas de Interaction e UX, fazem pós e tudo o mais. Mas eu vim da biologia, não sabia muita coisa, inclusive aos próprios jargões e princípios do design.

Eu achava que o foco do UX era o design, tipo cores, fonte e tal. Embora eu soubesse que tinha muito sobre resolução de problemas, eu ainda ficava bastante insegura por conta do meu background.

Mas enfim, voltando a questão dos estudos, nessa época eu ainda estava trabalhando fulltime e só tinha o período da noite para estudar.

Então, o começo foi meio conturbado. Mas o que me salvou foi a consistência nos estudos e não desistir, continuar sempre. Isso foi uma dica que ouvi de outros alunos da Aela.

Tinha muita coisa para eu estudar, talvez mais do que outros alunos, mas eu sempre continuava. Tinha uma rotina, principalmente aos sábados de manhã, eu ia para a biblioteca e passava a manhã estudando. Mesmo no inverno, no frio, com neve, eu ia.

Mas foi isso, a consistência fez toda a diferença. Além, é claro dos vídeos e materiais de apoio também.

Portfólio Lívia Assunção

É difícil mesmo. Muitas pessoas têm síndrome do impostor e é normal sentir-se inseguro.

Eu vejo muitas pessoas que vieram de outras áreas se desenvolvendo muito mais rápido do que pessoas que vieram do Design, justamente por ter essa insegurança e querer estudar mais. Acho importante pontuar isso.

Quando entrei no MID, vi muitas pessoas dizendo que vieram do design gráfico, do design de interações. E eu lá, falando que vim da biologia.

Inclusive, outro ponto muito legal da Aela é a comunidade. Lá, a gente troca ideia, recomenda materiais, e foi um dos motivos que me fez escolher a Aela, a comunidade.

Enfim, vendo todo mundo com background relacionado ao design me deu um gelo. Fiquei muito insegura no inicio porque eu estava mudando de área vi muitas pessoas vindo do design gráfico, que na minha cabeça era algo muito similar ao UX Design.

Mas fui aprendendo aos poucos.

Eu lembro que rolou uma aula sobre Grids e eu fiquei desesperada! Aonde eu estava me metendo?

Mas foi isso o que você falou. Eu tive que sentar e estudar. Não só para isso, mas para outras coisas também.

Acho que a mensagem que fica para as pessoas como eu que vim da biologia, ou de outros backgrounds, é que a sua bagagem em algum momento vai te ajudar muito.

E dá pra aprender. É muita coisa, mas se você se dedicar com consistência, você consegue aprender e aplicar tudo, com certeza.

Dica de Leitura: Como Aproveitar Meu Background e Migrar Para UX Design?

Tem muita coisa importante na bagagem. A área de tecnologia está indo para todos os lados. Se uma startup de biologia quiser contratar um designer, eles vão contratar você que já tem uma bagagem na área, ou alguém que vem do design gráfico? Você, com certeza. É importante pontuar isso também.

Você comentou sobre a comunidade da Aela. Você tem alguma dica para quem acabou de entrar na comunidade e quer utilizá-la da melhor forma?

Eu acho que é importante acompanhar o que as pessoas estão discutindo e olhar um pouco a apresentação e história dos outros. Isso ajudou muito a me acalmar.

Outra coisa, tem uma seção de oportunidades lá. Esse canal é muito bom de acompanhar se você é novo.

São tantas oportunidades que vão aparecendo lá, que vai te dando a esperança de que um dia sua vez vai chegar, que você vai conseguir.

Você vê alguém que conhece postando uma vaga e já pensa que pode trocar ideia com ela.

Então, estar ativo na comunidade é importante. Acompanhar.

Outra coisa é se mostrar proativo.

Eu me comuniquei com várias pessoas no MID e achei isso muito importante. Conheci pessoas que faziam curso na Aela e que moram aqui no Canadá.

Acabei entrando num grupo de WhatsApp de brasileiros que trabalham com design e comunicação, por conta de pessoas que conheci na Aela.

Então, não é só acompanhar o que está rolando na comunidade. Tem que fazer as conexões com as pessoas.

Tem muita gente interessante, de diversos backgrounds e acho que vale a pena procurar por essas pessoas e conversar um pouco sobre o que você está procurando. Também é uma maneira muito boa de aprender com a experiência das outras pessoas.

Não fique com vergonha porque está todo mundo no mesmo barco, querendo migrar e conseguir uma oportunidade.

Portfólio Lívia Assunção

Participar das aulas ao vivo, ligar a câmera é importante também. As pessoas vão lembrar de você. Se você não estiver presente, não vão lembrar de você. E isso conta.

O MID é muito prático, com projetos que não são simples. Como você fez para conseguir desenvolver os estudos e projetos da melhor forma, sem deixar o medo te parar?

É difícil, porque em alguns momentos dá uma insegurança, e a gente acaba sem saber para onde ir.

Você recebe o briefing do primeiro projeto e fica sem saber o que fazer.

Mas o que me ajudou foi lembrar do que todos os mentores me falavam. Dar um passo de cada vez. No início, focar na pesquisa.

A comunidade me ajudou bastante também, compartilhando dicas sobre ferramentas de organização.

Por conta dessas dicas que comecei a usar o Notion para me organizar. Isso me ajudou bastante nos estudos e nos projetos do MID.

Acho que o que me ajudou nesse momento foi ir com calma e me utilizar da comunicação com os mentores nos feedbacks dos projetos.

Era assim, eu ia até o meu máximo e quando eu percebia que estava parada em alguma etapa, eu pedia feedback para os mentores. Enquanto esperava a resposta deles, ia trabalhando em outras coisas, continuava estudando, assistindo as aulas.

Ter o apoio dos mentores foi muito bom. É como se você tivesse um colega de trabalho do seu lado para você pedir opinião, esclarecer alguma coisa. Sensacional.

Quando você percebeu que estava pronta para tentar a primeira oportunidade em UX?

As coisas aconteceram mais rápido do que eu esperava, na verdade.

Eu estava preparada para seguir o conselho de muitos mentores, que é fazer mais de um projeto do MID, ir até o nível 3 porque, assim, eu estaria mais familiarizada com os conceitos, ferramentas e tudo.

Minha ideia era essa. Continuar trabalhando no emprego antigo e estudando.

Eu já sabia que tinha uma área que eu tinha mais interesse, dentro do UX, que era a área de pesquisa. Inclusive, esse foi um dos comentários que fiz aos mentores, de tentar puxar a parte de pesquisa nos estudos, porque era algo que eu sabia que queria dar foco.

Então, no meio dos estudos, no projeto do nível 1, um amigo meu que trabalhava onde trabalho agora me avisou que iam abrir vagas de estágio no banco.

Quando fui ver as vagas, eram as mais diversas possíveis: RH, finanças, UX Design, UX Writer. E tinha uma vaga para um estágio em UX Research.

Nisso, parei para pensar no salário que ganhava na época e pesei as coisas. Decidi aplicar para a vaga, pelo menos só para ter a experiência da entrevista.

Se eu passasse, ótimo, porque seria bom passar numa vaga de estágio.

Apliquei, fiz uma entrevista e não passei!

Dois meses depois, vi que tinha outra vaga. Apliquei novamente, fiz duas entrevistas e passei para essa oportunidade de estágio.

Foi nesse momento que as coisas mudaram. Sai do trabalho e pasmem, a vaga de estágio em UX Researcher pagava melhor do que meu antigo trabalho.

Então, a área de UX está tão valorizada, que você pode se surpreender com a remuneração, mesmo sendo um estágio.

A história foi essa. Não teve um momento Eureka em que pensei que estava super preparada para aplicar para vagas. Eu gostaria de ter avançado mais no MID, mas naquele momento decidi tentar um estágio. Até porque, meus projetos concluídos estavam no Notion. Eu já tinha um portfólio.

Já adiantando, isso me ajudou muito, ter um portfólio. Na entrevista, eles me pediram para apresentar o caso na hora.

Abri, compartilhei minha tela e comecei a explicar o que tinha lá no Notion. Isso ajudou demais.

Foi esse meu processo. Eu não estava 100% preparada, mas de certa forma tinha concluído alguns níveis do MID e achei interessante tentar essa oportunidade de estágio.

Dica de Leitura: UX Design: Quais As Possibilidades De Atuação Na Área?

O que você fez para tirar o melhor proveito do estágio em UX?

O estágio tinha um contrato de 8 meses. Esse programa de estágio foi uma experiência muito boa, não só pela vaga em si, mas pelo próprio programa de estágio.

A gente tinha iniciativas diferentes dentro do programa, de fazer desafios de inovação e tal. Eles também nos encorajavam a fazer chamada de vídeo com outras pessoas para nos conhecer. Isso tudo era bem legal.

Mas com relação à minha vaga, acho que o principal fator que me fez aproveitar essa oportunidade foi a proatividade.

Acho que isso é um traço comum nos imigrantes brasileiros. Pensar que precisamos nos desenvolver e ser reconhecidos pelo trabalho, de precisar dar certo longe do Brasil. O brasileiro imigrante pensa assim, e isso aconteceu comigo também.

Então, eu entrei no time e era muito proativa. Em todas as reuniões eu fazia questão de tecer algum comentário, ser proativa e propor projetos de pesquisa também.

Teve uma situação em que eu estava numa reunião de apresentação de projeto de um amigo meu, e uma das principais descobertas da pesquisa dava para ser desdobrada em novas pesquisas.

A gente poderia investigar uma coisa a partir de uma outra descoberta que estava sendo apresentada ali.

Eu percebi isso e fui falar com esse meu amigo no privado, dizendo que seria interessante fazer uma pesquisa adicional.

Ele elogiou e foi falar com o chefe dele. No final das contas, acabei entrando na pesquisa junto com ele e desenvolvemos tudo junto.

Então, acho que ser proativa, participar e fazer as conferências com outros profissionais foram primordiais para que eu aproveitasse o meu estágio.

Além disso, fui participando de outros projetos, de iniciativas próprias.

Uma coisa que dá pra fazer no meu time é propor apresentações de tópicos do seu interesse. Seja uma pesquisa sobre comidas no Japão ou coisas relacionadas à UX Research, mesmo.

Eu estava interessada em estudar mais sobre uma metodologia chamada Card Sorting, comecei a estudar e propus, para meu chefe, fazer uma apresentação sobre o tema.

Apresentei pro time todo, tudo o que eu havia estudado.

Então, essas coisas, de mostrar que você tá mesmo interessada e conversar com as pessoas. Acho isso muito importante.

Portfólio Lívia Assunção

Que dica você daria para quem está estudando UX Design e também está apaixonado por pesquisa?

Eu falaria para continuar os estudos na Aela, fazendo os projetos e, principalmente, leia livros!

Mas leia um livro por vez. Você vai ver que tem muito livro sobre o assunto por aí, mas tenha calma.

Vai na comunidade, conversa com as pessoas, comece com um livro mais generalista.

Eu comecei com Just Enough Research, que foi uma recomendação de pessoas da comunidade Aela. As pessoas ali têm dicas valiosíssimas.

Esse livro me ajudou demais!

É você unir o livro com a área que você ta interessado, com o conteúdo que está estudando e com os projetos do MID, que são muito práticos.

Pega o livro, vai fazendo os projetos e assistindo as aulas. Eu acho que esse combo é muito poderoso, seja para UX Research, ou para UX Design.

Acho muito importante unir tudo isso.

Se você pudesse voltar no tempo, o que falaria para a Lívia do passado?

Acho que falaria para a Lívia não olhar o programa das aulas do MID só para ver o que sabe e o que não sabe.

Porque você provavelmente não sabe muitas coisas, mas vai acabar aprendendo.

Dê foco numa rotina de estudo. Pense numa rotina que você quer, que você pode ter. E mergulhe nessa rotina.

Acho que estabelecer uma rotina de estudo antes, sendo um pouco mais estratégica vai te ajudar bastante.

E não entre em pânico! Vai dar tudo certo, um passo de cada vez, porque as coisas vão acontecer mais rápido do que você imagina.

Obrigado Lívia! Muito sucesso!

Programas

Nosso maior orgulho é todo mês ter pessoas da comunidade contratadas em grandes empresas, em países como
Brasil, EUA, UK, Irlanda, Alemanha, Holanda, Espanha, Portugal, Áustria, Rep. Tcheca, Nova Zelândia e Canadá.

Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro
Parceiro Parceiro